24 maio, 2006

Retorno da Longa Noite - parte V

20h38 - Praça de San Sebastiano

A igreja de San Sebastiano resume-se a escombros e cacos de vitrais coloridos. Túlio consegue se distanciar do grupo, enquanto Abel e Annabell entram em embate contra o Matusalém da antiga linhagem dos Baali.



20h55 - Palazzo Real da Camarilla ~ Sala do Trono


Cavaleiro, quem és? – que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?



Naquele instante, pelas lágrimas daquela menina que deveria estar morta, entendi quem era o homem que atacava meu reinado. Mas eu queria ver o seu rosto. Precisava vê-lo antes de decidir qualquer coisa.

Mais uma vez tentei controlar as visões, porém sem sucesso. Aquelas visões não eram minhas. Não entendia como me vinham, mas eu não as controlava.

Contudo, o que eu queria logo veio. O corredor mesclado com os raios da lua e as sombras dos pilares, e aquele ser de trajes refinados, a cartola, a capa fazendo-lhe o rastro pelo vento. Ele avançava resolutamente.

E então, quando ele alcançou uma brecha da lua, vi seus olhos. Sim, os mesmos olhos translúcidos de séculos atrás. Algo havia mudado. Não eram mais os olhos azul-cobalto que eu conhecera nos tempos do reinado de Victória. Não, esses olhos eram intensamente negros. Mas de quê isso importava agora? Eram os olhos dele, o mesmos olhos; eu tinha certeza.

De repente, dentro do reflexo dos olhos daquele predador, eu vi outro dos meus. D’Arcy! Ele ia em direção à ela! Eu a via nos olhos dele! Quem era o arauto que me enviava aquelas visões afinal? Temi por ela como temi por Corgan. Mas por quê ela não corria? Continuava parada, ao fim do corredor, como se para esperá-lo chegar e guiá-lo até mim! Traição! Minha Harpia estaria pronta para me entregar, Seu Príncipe, em troca seja lá de quê.

Rangi os dentes e a amaldiçoei naquele momento, enquanto ele parou a menos de um metro dela e ela, D’Arcy, minha querida D’Arcy, o encarou e se afastou para o lado, dando-lhe passagem. Que maldição esta minha!

E, bem nesse momento, as visões me deixaram. Estava perplexo, sentia o perigo que se aproximava a passos lentos. Foi então que entendi: era D’Arcy que me mandava as imagens; ela não me traíra! Ao invés disso, estava se arriscando para me avisar do perigo! Maldição! E agora as visões tinham se ido; talvez ele a tivesse feito explodir em chamas também! Oh, céus. Isso era imperdoável.

Que ele chegasse depressa; eu estaria esperando!


21h - Praça de San Sebastiano

O Matusalém chamado de Azaneal brinca com os dois adversários que lhe fazem frente. Menospreza os poderes dos que lhe enfrentam, o que lhe custa alguns ferimentos, uma estranha dor de cabeça e a volta de certas lembranças.

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