24 março, 2006

Corpo e Sangue - parte VII


07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.
Palazzo Real da Camarilla


O Príncipe de Florença era uma personalidade que, há séculos, fazia parte da cidade. Dentro de seu domínio, detinha o poder de vida e morte, de criação e destruição, e usava esse poder de acordo com seus desejos. Na maior parte do tempo, esforçava-se para que seu rosto de menino, ainda hiberbe, lhe conferisse um ar de carisma e gentileza, embora, despido dessa máscara conveniente, sua aparência facilmente tornava-se intimidadora.

Raphael Melcchio, ao contrário do que acontecia com os Príncipes mais antigos, era adaptado à nova era. Apesar disso, mantinha-se apegado ao luxo de certos fetiches do ego. Preferia as roupagens de última moda feitas à mão, elaboradas para acentuar sua figura imponente, mas, em reuniões solenes ou quando pretendia impor visualmente seu poder, nunca se desfizera completamente dos mantos vermelhos que usara em tempos remotos, quando Florença ainda era uma criança balbuciando diante de toda a Europa.

Sentado em seu trono, ele meditava sobre a recente visita de um Malkaviano audacioso. “Uma reunião com a Primigênie... ora essa! Como se eu tivesse poder de comandá-los para satisfazer os caprichos de um tolo... Serão assim, tão atrevidos, todos os bobos?” Melcchio percebia agora que nem ao menos se lembrava do nome daquele súdito sem elegância. Foi com a expressão séria perdida nesses pensamentos que viu entrar, apressado no salão real, James Iha, uma de suas Harpias. Da mesma linhagem que a sua, Iha curva-se diante do trono, enquanto sua capa escura goteja no carpete avermelhado.

_ Vossa Alteza, o Sabá...

Iha demora para completar a frase, não sabe exatamente como transmitir a notícia. Em meio a sua hesitação, Melcchio já tomara consciência das imagens em sua mente. Mantinha-se, contudo, calado. Os olhos de Iha levantam-se temerosos para encarar os do Príncipe.

_ Acabaram de atacar os Elísios, meu príncipe. E, desta vez, a afronta foi muito direta. Calabar pede por vossa presença.

Em sua real natureza, o Príncipe raramente sorria. Seus olhos eram de uma tonalidade azul suave e ilusória, como o aço, e poucos eram capazes de sustentar seu olhar por muito tempo. E, com esses olhos, Melcchio se levantou, parando em frente aos vitrais para olhar a chuva.

Ele era o Príncipe.

Sua palavra era a lei e ele não toleraria oposições. Embora a Primigênie e alguns outros devessem ser respeitados, era ele quem tomava as decisões finais e quem deveria fazer com que fossem cumpridas.

Iha olhava inseguro para aquele silêncio e esperava. O Príncipe encerra o momento com um suspiro cansado. Faz um gesto para que Iha o siga enquanto toma o longo corredor de entrada.

_ Traga meu manto, James. E encontre D’Arcy. Nós iremos até os Elísios. É perigoso deixar Dorian agir por conta própria...

3 comentários:

Anônimo disse...

KaoKao, o certo non seria hiberBe?? Você escreveu "hiberNe".... "


Adorei a noite... a Julinha ficou muito foda hehehe Eu sou imbativel ^^

Beijinhos

Cássia Piccinin disse...

Por algum motivo fútil e idiota, esse blog da p.q.p. está dando um monte de problemas e eu non consigo lidar com eles.

Tentarei resolver o problema o quanto antes.


PS.: Ok, Ok. John, dessa vez (e só dessa vez! ), tu me pegou: é hiberbe o certo. Hiberne é de hibernação. -_____-"
Mas... ah, o cara é o Príncipe! E se ele quiser hibernar por uns tempos...???! "
Que coisa...

Anônimo disse...

tp assim
eu tb descobri oq eh dvc
e fikei... abismado

ae
pedra!