05 abril, 2006

Corpo e Sangue - parte XI

07 de janeiro – Ano 201 d.v.C.
Caern Fianna, Guardiões do Gamo Branco
Cadeia de Montanhas, arredores de Florença


Foi com um profundo tremor que Avicus, Alfa dos Fianna Guardiões do Gamo Branco, sentiu o uivo de um de seus filhotes cortar os céus noturnos como uma adaga de prata. O som distante ecoou entre as montanhas, e foi como uma tempestade dentro de seu peito. Toda a matilha despertou. De todos os lados, ele podia ouvir outros Fianna respondendo, mensagens vindas de outros caerns. Mostravam solidariedade pela perda e disposição para uma batalha. Um segundo uivo, tão alto quanto o que anunciara a tragédia, triste e lamentoso, veio de um monte alto. Ele conhecia aquela voz; a notícia chegara também até sua companheira. Eudoxia, senhora dos Guardiões do Gamo Branco, gritava e uivava, um caos de lágrimas e fúria, como somente uma mãe poderia.

Na clareira em que estava, Avicus sentiu as primeiras gotas de uma chuva fria. Viu os espíritos que a traziam, ouviu os sinos se aproximando. Espíritos antigos, da Guerra, da Fúria e da Noite dançavam ao seu redor. Três jovens Fiannas chegaram por entre as árvores. Avicus trocou com eles um olhar sério e sem palavras. Sim, eles atacariam. Caçariam os culpados. Exterminariam os responsáveis e todos da raça dos responsáveis. E ele, Avicus, Senhor dos Guardiões do Gamo Branco, estaria à frente para guiá-los.

Com um semblante muito calmo, Eudoxia apareceu por detrás dos três jovens que se juntaram na clareira. “Calma demais”, pensou Avicus assim que a lua cheia permitiu que contemplasse o rosto de sua companheira. Os jovens se afastaram para que ela avançasse até o líder da matilha. Eudoxia estendeu a mão clara, segurando a chuva fina que caía.

_ Eu trouxe chuva, Avicus. Eu a trouxe para lavar o sangue.

Ah, sim. O sangue. Seus olhos pediam por ele. Seus doces olhos amendoados clamavam silenciosamente pelo maldito sangue dos que haviam matado os filhotes. E ela o derramaria mesmo sem a permissão do líder; embora ele próprio estivesse sedento por vingar os filhos.




07 de janeiro – Ano 201 d.v.C.
Caern Fianna, Guardiões do Gamo Branco
Cadeia de Montanhas, arredores de Florença


Durante todo o dia, a fina chuva de Eudoxia chorou sobre as montanhas. Os Fiannas se reuniam na clareira da matilha de Avicus, preparando as armas e o espírito. Eles caçariam à noite; afinal, era na noite que sua presa vagava e matava.

Eudoxia mantinha-se sentada, imóvel, olhando a chuva e cantando baixinho uma antiga canção de guerra dos bardos. Seus olhos eram vagos e pareciam não olhar para nada.

No meio da mata, em uma clareira que marcava o centro do caern, Avicus, diante do totem da matilha, aguardava. O olhar baixo esperava a vinda do Gamo Branco. Quando a noite caiu, o líder estava pronto para guiar todos rumo à cidade. Ele não esperaria mais. Porém, antes que fizesse menção de se levantar, ele viu um brilho que se aproximava por entre os ramos. A noite estava sem lua pela chuva, e a escuridão só faziam o brilho tênue da criatura mais distinto. Avicus o conhecia, já o havia visto algumas vezes. Aquele era o sinal que ele havia esperado. Mantendo-se distante, no lugar onde estava, Avicus, Ahroun Fianna, fez uma profunda reverência e pediu proteção pelos seus. Houve um momento de silêncio entre o líder o Gamo Branco, ao fim do qual o grande espírito se dissipou no ar.

Fiannas de outras matilhas chegavam e eles já eram muitos, quando Avicus retornou do meio da mata. Não havia necessidade de esperar mais. Ele caminhou até o lado de Eudoxia, pegou suas armas e prendeu-as à cintura. Eudoxia se levantou, colocando-se ao lado do companheiro. Os tambores de guerra dos Fianna começaram a tocar com um som rouco e marcado.

Lado a lado, os dois líderes tomaram o caminho que descia rumo à cidade luminosa de Florença. Os passos leves dos Fiannas os seguiam determinados.

Os Dançarinos da Lua trocariam as flautas pelas espadas aquela noite.

7 comentários:

Anônimo disse...

Kao, sai comigo hoje... tenho que conversar sobre uns negocios do rpg...


E leva minha ficha e se possivel o Guia da Camarilla, que eu vejo se pego A Mascara como Frejat

Anônimo disse...

Tranqüilo, meu anjo.

Te encontro na biblioteca, horário de sempre. Lá pelas 19h30, ok? ^^

Anônimo disse...

John é so passar aki que eu ti empresto o vampiro

eu adoro os lupinos, com seu modo de vida, os seus conceitos de honra, coragem, lealdade e fraternidade(o que disse até parece o "slogan" da revolução francesa), adoros suas brigas, e o modo como eles lutam pela justiça para combater a wyrm e tals, eu adoro os Lupinos...

John... se tá fudido heiauheiuaheiuaheiuaheiuahieahiueai

Anônimo disse...

eu non meu amor, nos todos... Todos os vampiros estão...

Mai eu sou foda, eu mato eles ¬¬" (se fosse verdade ia ser bom)

Anônimo disse...

Eu não estou fudido. Mas o Azaneal vai ter concorrência desleal pra ver quem destrói tudo, não?

Olha só... dá até pra imaginar que foram os Fianas quem programaram o encontro Tremere pra acabar com todos... interessante ^^
(oops, já dei idéia)

Anônimo disse...

Quem sabe os lupinos non matam todos os vampiros inclusive o Azaneal. Seria bom se fosse verdade Ç_Ç

Teremos muitos problemas, eu gosto tanto de lupinos, vou ter que mata-los, a que pena....

PS: Kao tem algum lupino de posto 6?

Anônimo disse...

He he...!! ¬___¬

Até que isso de posto de 6 me deu uma idéia! ^__^ uhu hu hu!!!