20h30 - Centro de Florença
Palazzo Real da Camarilla
Enfim, era apenas uma questão de tempo até que ele viesse.
Aquele cavaleiro tão distinto quanto antiquado, de gestos gentis e sentimentos selvagens. Depois de muitos anos, ele subiu mais uma vez a escadaria de mármore claro a passos comedidos e determinados. A geada da noite anterior ainda se acumulava nas folhas das árvores e nas estátuas dos deuses clássicos, dando a todo o cenário um ar estático e mudo.
Um criado que limpava o gelo do chão interpôs-se no caminho daquele nobre, sob o arco do início do corredor de entrada. Fazendo uma reverência desajeitada, ele adiantou-se com um sorriso bonachão:
_ Senhor Gray...! É sempre uma surpresa tê-lo por aqui! He he!
O visitante parou e o examinou com o olhar irritado, embora suas feições não tenham se alterado uma linha sequer.
_ Saia do meu caminho.
_ Oh! Vejo que não perdeu a encantadora personalidade de sempre! He he he! Mas sua visita a este palácio deveria ser anunciada! – o criado retrucou com os olhos maliciosos – Me deixe prestar-lhe essa honraria, por favor! He he! Vamos, diga-me! A que veio? Que deseja aqui?
O jovem manteve-se calado por um instante, enquanto observava o homem baixinho de traços árabes que esperava sua resposta ansioso, esfregando as mãos gordas. Ele olhou ao longo do corredor, onde avistou outras três figuras que discutiam entre si.
_ Entregue-me teu Príncipe, Rashid, ou eu o destruirei, bem como a teus companheiros. Não lhes será permitido ficar nem partir.
Diante da declaração tão repentina, o rosto do velho árabe pareceu congelar o sorriso idiota por um instante, ao final do qual ele riu sonoramente.
_ Há há há!! Boa piada, Senhor Gray! Quase me assustou! Há há há! E pensar que um Membro tão respeitado como o senhor daria início a uma rebelião dessas!! Há há há! E sozinho!!! Há há há!
O visitante, se chegou a se irritar com aquela reação, não o demonstrou. Limitou-se a desviar seus passos um pouco para a esquerda e passar por Rashid, que ria descontroladamente.
E, de repente, Rashid parou, deu um grito e explodiu em chamas.

20h35 - Centro de Florença
Pallazzo Real da Camarilla ~ Sala do Trono
Essa foi a primeira visão que veio a mim.
Sentado em meu trono, a visão me atingiu com grande força. Contemplei-a com total horror. Os ossos de meu criado ficaram visíveis por um instante e então ruíram, enquanto as chamas saltavam e dançavam sobre o piso de mármore.
Procurei ver quem era o responsável por aquele ato bárbaro, mas não podia controlar a visão; e ela se prendia ao corpo de Rashid em chamas.
Seja como for, logo em seguida eu via meus três Patrulheiros, exaltados. Eles sacaram armas, facas e correntes, e vi quando seu líder, Eric, partiu para cima de um vulto escuro e alto. E de novo as chamas. Eric foi pego por aquele fogo mágico enquanto ainda corria. Mesmo com sua agilidade sobrenatural, não foi capaz de se aproximar do intruso. Os outros dois, jovens Brujah musculosos e habilidosos, observavam o companheiro resumir-se a pó, com um olhar misto de raiva e óbvia confusão. Não ousavam se aproximar, mas foram envolvidos pelas chamas da mesma maneira.
Nesse momento, tive a visão de todo o corredor e, no meio do caminho, iluminado pelos raios da lua que faziam sombras nos pilares, o responsável por tudo aquilo que mantinha o passo calmo e inabalável. Estava por detrás de um dos grandes pilares, e eu não distinguia suas feições na distância.
De dentro do palazzo eu vi um outro vulto negro saltar. Porém, este eu reconheci. Corgan, meu fiel Corgan. Saltara feroz sobre aquele estranho, uma grande foice em riste, a selvageria estampada no rosto. Atacou com coragem, e seu golpe teria partido qualquer oponente ao meio.
Mate-o, Corgan. Mate-o por nos desafiar, seja quem for.
Eu tinha a certeza de que meu Corgan terminaria com aquilo. Tão impulsivo, foi capaz de forçar aquele que invadia meu palazzo a lhe voltar o rosto e estender uma mão no ar em sua direção. E então vi Corgan explodir em chamas no ar, como uma mariposa que se aproxima demais das luzes. De imediato, as chamas se ergueram do sangue altamente combustível do corpo sobrenatural, inflamaram os trajes pesados e rebuscados; e toda a forma se incendiou.
Corgan caiu no chão, uma massa enegrecida que ainda gritava. Gritei por ele. Onde estava, na sala do trono, preso àquelas imagens que me vinham como em sonho, gritei de raiva. Corgan no chão mostrava as presas, mas as chamas não se apagariam. Procurei me acalmar e ver. Somente depois de um certo tempo o fogo se extinguiu, deixando um monte cintilante de cinzas.
Eu começava a ficar nervoso; tamanha era minha ira, que o medo ainda não encontrara brechas para me tocar, embora isso fosse apenas uma questão de tempo. Nunca, em toda minha existência, havia visto aquele truque. Era selvagem e violento demais. Certamente era um dos bruxos.
Quem era aquele carrasco maldito? Ele matara alguém que me era caro. Eu o destruiria pessoalmente.
Eu queria ir até onde aquele oponente estava, mas não conseguia. Não era capaz de retomar o controle do corpo enquanto aquelas visões me eram enviadas. Não tinha consciência do que estava ao meu redor, no entanto sabia que estava no trono e podia sentir que minhas presas estavam à mostra.
De repente, uma visão do meu jardim. A grama e as flores congeladas pela geada, a água do chafariz parecia ser o único som agora, embora eu não fosse capaz de perceber qualquer ruído, apenas ver.
Havia mais alguém ali. Sim. Era claro pelo luar tênue; um rapaz de olhar severo, cabelos negros e trançados. Ele carregava um stradivarius em uma mão e, pela outra... uma criança?! Sim, uma menininha... com lágrimas de sangue. Mas, não entendo. Por quê ela chora? ... Oh, dio mio! _ Não pode ser...!

20h36 - Centro de Florença
Praça de San Sebastiano
Na igreja de San Sebastiano, Annabell Lee, Xerife em nome Sua Alteza, Abel Eliade, Lorde Tremere pela Ordem dos Naturalistas, e um Matusalém Malkavian chamado Túlio Antares são surpreendidos por uma criatura das trevas, de nome Azaneal, que julgava-se extinta.
Palazzo Real da Camarilla
Cavaleiro, quem és? O remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopa do vale através...
Da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopa do vale através...
Da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Enfim, era apenas uma questão de tempo até que ele viesse.
Aquele cavaleiro tão distinto quanto antiquado, de gestos gentis e sentimentos selvagens. Depois de muitos anos, ele subiu mais uma vez a escadaria de mármore claro a passos comedidos e determinados. A geada da noite anterior ainda se acumulava nas folhas das árvores e nas estátuas dos deuses clássicos, dando a todo o cenário um ar estático e mudo.
Um criado que limpava o gelo do chão interpôs-se no caminho daquele nobre, sob o arco do início do corredor de entrada. Fazendo uma reverência desajeitada, ele adiantou-se com um sorriso bonachão:
_ Senhor Gray...! É sempre uma surpresa tê-lo por aqui! He he!
O visitante parou e o examinou com o olhar irritado, embora suas feições não tenham se alterado uma linha sequer.
_ Saia do meu caminho.
_ Oh! Vejo que não perdeu a encantadora personalidade de sempre! He he he! Mas sua visita a este palácio deveria ser anunciada! – o criado retrucou com os olhos maliciosos – Me deixe prestar-lhe essa honraria, por favor! He he! Vamos, diga-me! A que veio? Que deseja aqui?
O jovem manteve-se calado por um instante, enquanto observava o homem baixinho de traços árabes que esperava sua resposta ansioso, esfregando as mãos gordas. Ele olhou ao longo do corredor, onde avistou outras três figuras que discutiam entre si.
_ Entregue-me teu Príncipe, Rashid, ou eu o destruirei, bem como a teus companheiros. Não lhes será permitido ficar nem partir.
Diante da declaração tão repentina, o rosto do velho árabe pareceu congelar o sorriso idiota por um instante, ao final do qual ele riu sonoramente.
_ Há há há!! Boa piada, Senhor Gray! Quase me assustou! Há há há! E pensar que um Membro tão respeitado como o senhor daria início a uma rebelião dessas!! Há há há! E sozinho!!! Há há há!
O visitante, se chegou a se irritar com aquela reação, não o demonstrou. Limitou-se a desviar seus passos um pouco para a esquerda e passar por Rashid, que ria descontroladamente.
E, de repente, Rashid parou, deu um grito e explodiu em chamas.

20h35 - Centro de Florença
Pallazzo Real da Camarilla ~ Sala do Trono
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Essa foi a primeira visão que veio a mim.
Sentado em meu trono, a visão me atingiu com grande força. Contemplei-a com total horror. Os ossos de meu criado ficaram visíveis por um instante e então ruíram, enquanto as chamas saltavam e dançavam sobre o piso de mármore.
Procurei ver quem era o responsável por aquele ato bárbaro, mas não podia controlar a visão; e ela se prendia ao corpo de Rashid em chamas.
Seja como for, logo em seguida eu via meus três Patrulheiros, exaltados. Eles sacaram armas, facas e correntes, e vi quando seu líder, Eric, partiu para cima de um vulto escuro e alto. E de novo as chamas. Eric foi pego por aquele fogo mágico enquanto ainda corria. Mesmo com sua agilidade sobrenatural, não foi capaz de se aproximar do intruso. Os outros dois, jovens Brujah musculosos e habilidosos, observavam o companheiro resumir-se a pó, com um olhar misto de raiva e óbvia confusão. Não ousavam se aproximar, mas foram envolvidos pelas chamas da mesma maneira.
Nesse momento, tive a visão de todo o corredor e, no meio do caminho, iluminado pelos raios da lua que faziam sombras nos pilares, o responsável por tudo aquilo que mantinha o passo calmo e inabalável. Estava por detrás de um dos grandes pilares, e eu não distinguia suas feições na distância.
De dentro do palazzo eu vi um outro vulto negro saltar. Porém, este eu reconheci. Corgan, meu fiel Corgan. Saltara feroz sobre aquele estranho, uma grande foice em riste, a selvageria estampada no rosto. Atacou com coragem, e seu golpe teria partido qualquer oponente ao meio.

Eu tinha a certeza de que meu Corgan terminaria com aquilo. Tão impulsivo, foi capaz de forçar aquele que invadia meu palazzo a lhe voltar o rosto e estender uma mão no ar em sua direção. E então vi Corgan explodir em chamas no ar, como uma mariposa que se aproxima demais das luzes. De imediato, as chamas se ergueram do sangue altamente combustível do corpo sobrenatural, inflamaram os trajes pesados e rebuscados; e toda a forma se incendiou.
Corgan caiu no chão, uma massa enegrecida que ainda gritava. Gritei por ele. Onde estava, na sala do trono, preso àquelas imagens que me vinham como em sonho, gritei de raiva. Corgan no chão mostrava as presas, mas as chamas não se apagariam. Procurei me acalmar e ver. Somente depois de um certo tempo o fogo se extinguiu, deixando um monte cintilante de cinzas.
Eu começava a ficar nervoso; tamanha era minha ira, que o medo ainda não encontrara brechas para me tocar, embora isso fosse apenas uma questão de tempo. Nunca, em toda minha existência, havia visto aquele truque. Era selvagem e violento demais. Certamente era um dos bruxos.
Quem era aquele carrasco maldito? Ele matara alguém que me era caro. Eu o destruiria pessoalmente.
Eu queria ir até onde aquele oponente estava, mas não conseguia. Não era capaz de retomar o controle do corpo enquanto aquelas visões me eram enviadas. Não tinha consciência do que estava ao meu redor, no entanto sabia que estava no trono e podia sentir que minhas presas estavam à mostra.
De repente, uma visão do meu jardim. A grama e as flores congeladas pela geada, a água do chafariz parecia ser o único som agora, embora eu não fosse capaz de perceber qualquer ruído, apenas ver.
Havia mais alguém ali. Sim. Era claro pelo luar tênue; um rapaz de olhar severo, cabelos negros e trançados. Ele carregava um stradivarius em uma mão e, pela outra... uma criança?! Sim, uma menininha... com lágrimas de sangue. Mas, não entendo. Por quê ela chora? ... Oh, dio mio! _ Não pode ser...!

20h36 - Centro de Florença
Praça de San Sebastiano
Na igreja de San Sebastiano, Annabell Lee, Xerife em nome Sua Alteza, Abel Eliade, Lorde Tremere pela Ordem dos Naturalistas, e um Matusalém Malkavian chamado Túlio Antares são surpreendidos por uma criatura das trevas, de nome Azaneal, que julgava-se extinta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário