31 março, 2006

Corpo e Sangue - parte X


Madrugada de 08 de janeiro – Ano 201 d.v.C.
Palazzo Real da Camarilla



Pela primeira vez em tantos séculos de reinado, sinto-me preocupado. Passei pela Renascença até os dias de hoje mantendo o Sabá à distância e isso nunca me foi difícil. Mas agora... Imagino se aqueles dois agem sozinhos. Isso me parece impossível; dois Lasombras apenas... e tanto estrago. Mesmo que sejam da realeza, mesmo que seja o Clã da Coroa, é muita afronta para apenas duas crianças.

Ah... eu estou cansado.

Quando olho minha suntuosa Florença aqui de cima, lembro-me daqueles tempos de glória e arte, em que tudo era feito de sangue e ouro, e as afrontas resolvidas em duelos de espada. E, envolto na noite, meu reino parece repousar tão calmo; mas eu sei que não é assim. Em algum lugar lá embaixo, em alguma viela escura, sei que estão se esgueirando, tramando o próximo ataque. Posso senti-los daqui. Dorian me cobra providências, e com razão. E eu as tomarei; seja por ele, seja por mim mesmo.

....

_ Furtivo como sempre.

_ Vossa Alteza.

Reparo que meu discreto guardião está vestido com os mesmos trajes claros com que se apresentara a mim poucas noites atrás. Caem-lhe muito bem, e realçam a brancura de sua natureza. Também já notara que se dispõe a tirar os óculos em minha presença, e o ato muito me agrada. Gosto do reflexo vermelho de seus olhos. Nunca havia visto uma maldição tão intensa.

Falo-lhe breve e resumidamente sobre os acontecidos da noite, sobre os Elísios e sobre a fúria de Dorian Calabar. Dou-lhe suas ordens e ele apenas me ouve, assentindo em silêncio.

_ E mais uma coisa. Destrua todos os de Sangue Fraco que encontrar. – percebo que a ordem o espanta pela impetuosidade das palavras que, como ele já deve ter notado, não me é característico.

_ Todos, meu senhor? Sem julgamentos?

_ Tenho suspeitas de que essas crianças estejam se aliando em massa ao Sabá. A falta de regras e a ideologia da seita podem seduzir facilmente suas mentes retrógradas. Não quero um motim de proporções incontroláveis. Você tem meu consentimento de vida e de morte sobre os que aparentarem oposição ou desordem. Cace-os.

Com uma reverência controlada, percebo que pretende se retirar. De costas para ele, contudo, dedico-lhe algumas palavras:

_ Seu Mestre o recomendou muito bem, Rowan. Ele deve ter lhe dito que nunca antes precisei dispor do cargo que você ocupa.

_ Meu Príncip...

_ Mas, - disse eu interrompendo-o - devo confessar, sua presença dentro das noites de Florença me conforta.

Pude ver, mesmo entre as sombras, que sua expressão séria e muito contida em nada se alterou. Apenas aqueles dois rubis brilhavam me examinando.

_ É uma honra servi-lo, Alteza.


Raphael Di Melcchio
Príncipe Regente de Florença


Evento de Anime

Atenção, pessoal!
(eu adoro pedir por atenção. -__- Alguém já tinha percebido isso? o_O)


O primeiro evento de anime desse ano, sábado agora (tipo, amanhã... ¬¬), às 13h, lá na Faculdade Campus Centro.

Ainda não sei certo em qual sala vai ser, mas eu aviso assim que souber de algo. Espero poder contar com a presença de todos e, por favor, avisem o máximo de pessoas que puderem, pois não estamos distribuindo os cartazes dessa vez. Vai no boca-a-boca mesmo... (a propaganda!! O_O Não façam outra coisa que pode ser feio... ¬¬")

O R.P.G. será no Domingo, na biblioteca. Se possível, começaremos antes, tipo umas 18h ou 18:30. Resolvemos isso lá na faculdade.

Vejo vocês amanhã.

PS.: Estávamos pensando em dar um nome decente para esse evento... Alguém tem sugestões??? o_O

26 março, 2006

R.P.G.

R.P.G. hoje, na biblioteca, às 19h30.

Vou ver se adianto as tuas cenas, Alan. Desculpe a falta de criatividade de ontem... -___-
Lu, passa em casa para a gente ir junto, ok? Eu vou esperar.


Um link interessante: http://www.vampire-night.com/splash_day.html

...

@#$%¨&* de vida.

25 março, 2006

R.P.G.

Meninos, meninas e... e... ¬¬"
hehehe! *risos*
"membros do Partido Republicano". ^^"

Sei que já está meio em cima da hora para avisar, mas o R.P.G. será hoje, no lar-doce-lar da Céu, às 17h. Quero todos em trajes formais e armados, por favor. Ù.u

Hoje também é aniversário do Chibiko!!! ^____^ Eeeehh!!!

Alter-ego: Que novidade... Ninguém sabia disso, sua lerda! ¬¬
Ego: Ah, cala a boca. ¬¬"

Bom, é isso.
Vejo todos lá mais tarde.

Corpo e Sangue - parte IX

07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.
Palazzo de Augustus Medicci



Foi com espanto que Augustus Medicci recebera as palavras de que um Aprendiz o aguardava no salão de visitas.

_ Ele diz de onde e a quê vem, Vincenzo?

O velho mordomo demorou uns instantes, procurando dar à sua voz o tom mais velado que pôde:

_ É subordinado de Viena, Senhor. E tem urgência em lhe falar.

A Capela de Etrius. Etrius, seu antigo Sire; Viena, sua Capela de origem. Como lhe preocupava e desalentava encontrá-la sob os temores que encontrara na última visita. Fazia menos de duas noites que retornara a Florença, e já lhe procuravam novamente. Algo não andava muito bem. Medicci dirigiu-se até o aposento onde o jovem mensageiro o aguardava, inquieto.

_ Jovem Marlon. Parece ter gostado demais de Florença; retorna tão rapidamente. – foram suas palavras de boas-vindas, enquanto tomava a poltrona atrás do jovem. Marlon não sentira a presença do antigo magus, sendo tomado de um breve susto. Recompôs-se, contudo, rapidamente, fazendo uma singela reverência e, dado um gesto de Medicci, dispensou a si mesmo das cordialidades costumeiras.

_ Fui mandado para reunir os Matusaléns de nosso Clã novamente. Lorde Medicci, a Capela de Tremere chama-o de volta; nosso Regente recebeu uma estranha... mensagem. – disse por fim, tento dificuldade em qualificar o termo “mensagem”.

Medicci continuou a olhar o rapazote, envolto em seu manto escuro, o capuz jogado para trás, como se não tivesse ouvido o que ele acaba de dizer. Por fim, soltou um suspiro cansado e levantou-se.

_ Certamente que atenderei ao chamado. Pode retornar certo de que estarei em Viena até a próxima noite.

_ Senhor, se for de sua vontade, o senhor Gray deve acompanhá-lo também.

O Tremere mais velho se deteve e, olhando repentinamente para Marlon, lançou-lhe um olhar de fúria, como se fosse matá-lo ali mesmo. O temeroso Aprendiz, sem entender, recuou um passo, confuso. Medicci retorna ao ar nobre e gentil, passa os dedos sobre uma das rosas vermelhas dispostas cuidadosamente em um jarro de prata.

_ Pode partir agora, jovem. Termine com sua missão. Já terminou com suas obrigações por aqui.

O jovem Tremere faz menção de retirar-se, quando Medicci o chama de volta.

_ Marlon.

_ Sim, Senhor?

_ Faça-me um favor antes de voltar.

_ De muito bom grado, Senhor.

_ Siga para a Capela de Florença, encontre seu Regente, e peça-lhe que envie alguém com as ordens de convocar o senhor Abel. Quero vê-lo o quanto antes. Diga-lhe apenas isso; o Regente saberá o que fazer.

Marlon faz uma reverência apressada e silenciosa e parte para a noite aberta.


Corpo e Sangue - parte VIII

07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.

Cadeia de Montanhas
Procimidades da província de Florença


"Encontrei Tulio em sua cama, aparentemente transtornado. Freqüentemente ele tem surtos desse tipo, mas dessa vez ele havia usado a sala. Havia tido uma premonição, eu sabia. E como ele sofria toda vez que isso acontecia. Embora já não exista mais dano físico, sua psiquê se abala completamente.

_ Tulio!

Abracei-o, mas ele nem sentiu meu toque. Nem me ouviu, ou, ao menos, não reagiu a nenhum estímulo. Tentei deitá-lo, mas ele teve um ataque, achei que haveria outra transformação. Não houve, e ele se entregou às lágrimas, agarrando-se ao travesseiro. Fiquei ao seu lado.

Passou-se meia hora até que ele finalmente se acalmasse, deixando os lençóis vermelhos com o sangue que escorrera dos seus olhos em forma de lágrimas. Eu estava sentado na cama, e ele arrastou-se dolorosamente para o meu colo. Cortei meu próprio pulso e dei-lhe meu sangue, como fazia sempre que Túlio precisava de vitae mais forte do que o fino sangue mortal. Certamente ele se sentiria mais seguro agora, e falaria comigo.

_ Ele não tem culpa - disse Tulio, afastando meu pulso.

Depois, saiu correndo pelo corredor central, como se tivesse se esquecido de alguma coisa. Afoito, ele entrou na salão das artes. Eu sabia o que ele ia fazer, e sabia o que eu tinha de fazer. Minha penitência pelos séculos de mortes e assassinatos estava sendo paga através daquele garoto. Encontrara nele algo que nunca havia sentido enquanto esse monstro no qual havia me transformado. Deus, humanidade... não me importo com o rótulo. Sei apenas que esse monstro interno que guardo nunca mais irá me dominar. Então, eu entrei na sala.

E lá estava ele, com o violino na mão, sentado à frente de uma poltrona. Na sala havia aquarela, telas e papéis antigos. Um piano e uma lareira, e um sofá grande também. A biblioteca ficava em uma sala ao lado. Sentei-me na poltrona que ele mentalmente me indicava, e rapidamente ele começou a tocar. Já sabia o que ia acontecer, ele iria me hipnotizar, e eu teria acesso a todas as suas visões.

Algo me fez estranhar. O que realmente me tinha feito abandonar toda a minha vida anterior e seguir a simplicidade daquele garoto fora todo o sofrimento que ele guardava só para ele, e nunca reclamara. Quando hipnotizava-me, era porque eu pedia, quase ordenava; queria que entendesse que poderia dividir toda aquela dor comigo. Ele sempre hesitava, sempre perguntava diversas vezes se havia mesmo tal necessidade.

E, hoje, dessa vez, ele não disse nada. Não se opôs àquilo. Apenas tocou seu violino, criando uma atmosfera propícia ao acontecimento que se seguiria. Então eu entrei em seu sonho.

Túlio me passara todas as visões. Uma cena surreal e estranha, que parecia haver sido criada por ele e um menino que o acompanhava. A presença daquela criança, pálida como a lua mas com os olhos tão negros que pareciam conter toda a escuridão, me incomodava. Era uma presença tão maligna, mesmo no sonho... Túlio, contudo, parecia ainda mais sensível a tudo.

_ Não acabou ainda...

Eu entendia que não se tratava de uma premonição, mas sim de um sonho. Como em uma tela de cinema em três dimensões, eu via todos os passos dos dois garotos no sonho de Túlio. Ele evitava que eu sentisse o que acontecia, e sei que ele possui poder para tanto. E, mesmo assim, a presença do outro garoto chegara até mim. Túlio disse-me que ainda não havia terminado, então agora haveria de me mostrar a própria premonição. Eu vi o mesmo garoto, antes de entrar em transe. Acho que ele o havia visto também, antes de se transformar, o que foi muito estranho.

Desta vez, as cenas eram piores. Não pareciam controladas pela mente de Túlio e revelara um lugar que nós dois conhecíamos bem. Túlio, talvez, bem mais do que eu. Fiquei de sobressalto com aquilo, pensando temeroso se os Tremere tentaria, depois de tanto tempo, tomar Túlio de volta.

A visão se desfaz; enfim, acabou. Um enorme alívio toma conta de meu corpo. Percebo que estou aterrorizado também.

_ Desenha pra mim a parte de Viena. – veio a voz de Túlio a me pedir, ainda cabisbaixo.

_ Aquela construção é mesmo a Capela?

_ É. Eu avisei eles. Desenha pra mim a parte de Viena.

_ Está tudo bem, Tulio?

Tulio começou a chorar novamente. Levanta-se de onde está e me abraça.

_ Desculpa... eu não queria... Apeiron...

Eu afagava seus cabelos; sentia que aquela visão não havia sido como as outras. Havia algo de poderoso nela, algo realmente importante. É difícil acreditar que vampiros tinham coração, no sentido metafórico; e Túlio tinha. Chegava a ser cômico, se não fosse extremamente trágico e piegas.

_ Não diga isso, Túlio. Eu pedi por isso. – tentei confortá-lo. - Quantos quadros você quer?

_ O máximo possível para que tenham certeza.


_ Você vai entregar pra eles? Para os Tremere? Para os mesmos que destruíram seu antigo clã, que te enterraram com um tirano?

Ele se manteve inerte. Depois levantou-se do meu colo e se sentou no piano e começou a tocar uma música alegre de Bach. Não se encaixava no contexto, mas deveria ser esse mesmo o motivo, quebrar o clima tenso e desagradável. Eu comecei a pintar os quadros, com a aquarela.

_ Se eu tenho que falar ou não, não sou eu quem decide. Se não tivesse que ser dito, eu não iria descobrir. Só me resta usar o tempo que tenho melhor jeito. – Túlio falava mecanicamente, como se o piano pudesse ouvi-lo.

Era um garoto estranho. Aquelas palavras de filosofia profunda nunca seriam levadas a sério com aquela música e aquele tom de voz infantil que ele empregava. Enquanto eu pintava ele tocava, como se desse algo em troca pelo meu trabalho. Em uma hora eu acabei vinte aquarelas com imagens das premonições de Túlio. Penduramos em varais para secar. Ele agradeceu e me contou do encontro que havia marcado para o outro dia. Senti vontade de repreendê-lo, mas não o fiz, embora ele tenha lido no meu olhar a intenção.

_ Vamos pra cidade? Eu sorri para ele.

_ Quer sair, Tulio? Que ótimo!

Ele sorriu também e pegou a carteira correndo. Estava empolgado, acredito que apenas para corresponder ao meu sorriso. Mesmo assim, saímos da fortaleza e fomos em direção aos palazzos brilhantes de Florença."

Apeiron Phobbos
Ancião Toreador

24 março, 2006

Corpo e Sangue - parte VII


07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.
Palazzo Real da Camarilla


O Príncipe de Florença era uma personalidade que, há séculos, fazia parte da cidade. Dentro de seu domínio, detinha o poder de vida e morte, de criação e destruição, e usava esse poder de acordo com seus desejos. Na maior parte do tempo, esforçava-se para que seu rosto de menino, ainda hiberbe, lhe conferisse um ar de carisma e gentileza, embora, despido dessa máscara conveniente, sua aparência facilmente tornava-se intimidadora.

Raphael Melcchio, ao contrário do que acontecia com os Príncipes mais antigos, era adaptado à nova era. Apesar disso, mantinha-se apegado ao luxo de certos fetiches do ego. Preferia as roupagens de última moda feitas à mão, elaboradas para acentuar sua figura imponente, mas, em reuniões solenes ou quando pretendia impor visualmente seu poder, nunca se desfizera completamente dos mantos vermelhos que usara em tempos remotos, quando Florença ainda era uma criança balbuciando diante de toda a Europa.

Sentado em seu trono, ele meditava sobre a recente visita de um Malkaviano audacioso. “Uma reunião com a Primigênie... ora essa! Como se eu tivesse poder de comandá-los para satisfazer os caprichos de um tolo... Serão assim, tão atrevidos, todos os bobos?” Melcchio percebia agora que nem ao menos se lembrava do nome daquele súdito sem elegância. Foi com a expressão séria perdida nesses pensamentos que viu entrar, apressado no salão real, James Iha, uma de suas Harpias. Da mesma linhagem que a sua, Iha curva-se diante do trono, enquanto sua capa escura goteja no carpete avermelhado.

_ Vossa Alteza, o Sabá...

Iha demora para completar a frase, não sabe exatamente como transmitir a notícia. Em meio a sua hesitação, Melcchio já tomara consciência das imagens em sua mente. Mantinha-se, contudo, calado. Os olhos de Iha levantam-se temerosos para encarar os do Príncipe.

_ Acabaram de atacar os Elísios, meu príncipe. E, desta vez, a afronta foi muito direta. Calabar pede por vossa presença.

Em sua real natureza, o Príncipe raramente sorria. Seus olhos eram de uma tonalidade azul suave e ilusória, como o aço, e poucos eram capazes de sustentar seu olhar por muito tempo. E, com esses olhos, Melcchio se levantou, parando em frente aos vitrais para olhar a chuva.

Ele era o Príncipe.

Sua palavra era a lei e ele não toleraria oposições. Embora a Primigênie e alguns outros devessem ser respeitados, era ele quem tomava as decisões finais e quem deveria fazer com que fossem cumpridas.

Iha olhava inseguro para aquele silêncio e esperava. O Príncipe encerra o momento com um suspiro cansado. Faz um gesto para que Iha o siga enquanto toma o longo corredor de entrada.

_ Traga meu manto, James. E encontre D’Arcy. Nós iremos até os Elísios. É perigoso deixar Dorian agir por conta própria...

23 março, 2006

Corpo e Sangue - parte VI

07 de janeiro – Ano 201. d.v.C.

Capela Tremere de Viena
Regente Atual: Karenin Solphière


Os olhos de Marlon, Aprendiz do 5º Círculo, detêm-se assustados ao fino traço de fogo que se manifesta inesperadamente sobre a grama úmida. A mensagem arcaica que começa a se formar em sua frente parece não ter explicações e Marlon corre os olhos ao seu redor, procurando um possível magus que estaria se divertindo às suas custas. Não foram raras as vezes em que caíra nas brincadeiras e zombarias dos Tremere de maior hierarquia; o pátio da Capela, no entanto, estava deserto. Apenas ele saíra para cuidar da fonte e deparara-se com... aquilo. O traço de chamas corria pelo chão, como se desenhado pelo dedo de alguém que Marlon não enxergava.

Quando o escrito rudimentar se completou, Marlon tinha as mãos trêmulas e demorou algum tempo para reunir forças e correr para dentro, procurando seu superior.

♣ ♣ ♣

Karenin Solphière era um Regente centrado e racional, admirado por sua conduta fria e calculista e por seu senso apurado. Possuía pleno domínio de sua mágica e ministrava seus poderes com maestria e conhecimento, como todos os que recebiam o chamado do Clã para residir em Viena.

A Capela de Viena... Sentado em sua alta poltrona de mogno escuro, em sua sala, Solphière meditava sobre o clima tenso e os boatos conturbados que nasciam do comportamento estranho de Etrius. E, perdido nesses pensamentos, não foi com bons olhos que examinou o alarme do jovem Marlon ao relatar o que lhe ocorrera. Desta vez, ele puniria os responsáveis por assustar o novato de forma tão frívola e, em seguida, mandaria o Aprendiz de volta a sua Capela de origem.

No pátio aberto da Capela, no entanto, quando depara-se com a estranha mensagem tatuada no jardim, os olhos do Regente se alargam e seu espírito é tomado de um súbito acometimento. Não haviam resquícios de mágica na mensagem e os traços ainda faiscavam como aquele estranho fogo. Ao seu ver, a mensagem era como um aviso de ruína. O antigo idioma usado era conhecido do Regente, e parecia dar à situação um ar ainda mais importante. Sua voz, contudo, ecoa com um tom baixo e controlado:

_ Marlon...

_ Senhor?

_ Parta agora mesmo, e reúna novamente os antigos.

_ E que mensagem devo transmitir, senhor?

_ Que a Capela de Etrius exige sua presença. Vá agora mesmo, não perca tempo. Eu mesmo falarei com Etrius...

20 março, 2006

Sistema de Danos

Sua atenção, por favor, vampirinhos.

Depois de muito pensar e considerar, pesquisar em todos os livros e sistemas, vascular os arquivos da minha Capela natal e dos Elísios, e incomodar alguns de meus Contatos Maiores (Koti, Pierrot, agora já podem descansar em paz! -__- v ), estou adaptando algumas das regras usadas entre o nosso grupo atual e as regras às quais eu estava acostumada a jogar. No que diz respeito ao sistema de danos, eu prefiro as regras de Live, pois os custos e o tempo de cura são menores e exigem menos jogadas de dados (o que, ao menos para mim, parece mais coerente). Sendo que eu me utilizarei do seguinte sistema:

● Serão necessários dois danos normais para preencher um Nível de Vitalidade;

● Cada dano agravado, no entanto, preenche um Nível de Vitalidade completamente;

● Todo personagem com Fortitude poderá absorver danos agravados, com exceção daqueles feitos através de Potência. Nesse caso, a Fortitude do personagem defensor deverá ser de, pelo menos, um nível abaixo da Potência do personagem ofensor para que absorva todos os danos como normais. Em outras palavras, se um personagem com Fortitude 5 levar 8 danos agravados de alguém com Potência 8, absorverá apenas 5 desses danos, recebendo os outros 3 como agravados. Não farei exceções a esse sistema.
(PS.: Jogadores que ainda não me entregaram as fichas e possuem personagens com Fortitude, nem pensem em tentar subestimar minha inteligência e evoluir sua Fortitude agora, principalmente os personagens que não possuem Fortitude como Disciplina de Clã. Gostaria de lembrá-los que, embora ainda não esteja com as fichas oficiais, tenho uma cópia da ficha primária de cada um de vocês... ¬¬ E sei que só há três personagens no jogo com Fortitude maior do que 5. Espertinhos! -__-“)

● 1 Ponto de Sangue recupera um Nível de Vitalidade de dano normal, ao prazo de um por turno.

● 3 Pontos de Sangue recuperam um Nível de dano agravado, ao prazo de dois por dia e apenas quando o vampiro dorme ou descansa, ou seja, não poderão curar dano agravado no meio das cenas.

Sei que a maioria de vocês adora uma cena anarquista de destruição em massa expondo seus poderes devastadores de supremacia cósmica e, por isso mesmo, não adianta discutir comigo sobre essa questão de danos. Se alguém estiver com tempo (e inconformado) inclusive, pode verificar os livros de Vampiro e confirmar que eu diminui os custos para curar os danos e já tornei as coisas mais fáceis para vocês. Portanto, votem em mim! \ Ò.ó /

_______

RECADOS

Céu: Symon seguiu a cena que você planejou e, neste exato momento, está dando uma festa do cabide no seu suntuoso teatro... U.u

John e Pescaldo: Sobre o que vocês discutiam ontem, adoto as regras de Vampiro quando os testes forem para um personagem vampiro, e as regras de Mago para os personagens magos. Acho que assim dá para equilibrar bem... ¬¬ Qualquer coisa a gente revê isso depois.


19 março, 2006

R.P.G.

Atenção, crianças.

R.P.G. hoje, na biblioteca, às 19h.
Qualquer problema, manifestem-se!!! ¬¬ Sei lá... façam uma revolta armada com seus poderes semi-fenomenais de nível 8 que, TALVEZ, a minha atenção divina volte os olhos para vocês. Ù_U

18 março, 2006

Corpo e Sangue - parte V

07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.
Palazzo de Augustus Medicci - Lorde Tremere de 7º Círculo


_ Sr. Abel já esteve por aqui esta noite.

Lawrence Gray procura disfarçar o espanto na voz, mas, realmente, fora pego de surpresa:

_ Abel? Aqui? A troco de quê?

_ Está preocupado com os boatos sobre Viena. E ele parece ter recebido uma mensagem, de um realejo... – Medicci deixa as palavras perderem-se no ar com seus pensamentos. A palavra ‘realejo’ faz com que Lawrence tenha um lapso de memória, recordando o momento perturbado em que um realejo também lhe dera uma mensagem estranha nas escadarias da mansão real. Naquele momento, logo distraiu-se e não voltara a pensar no assunto. A mensagem que recebera, e que encontrava-se junto a seu peito, no bolso da casaca, soava como um presságio.

_ Mensagem de realejo? E o que dizia?

_ Não sei se quero lhe dizer. – responde-lhe o Mestre, sério e indiferente, com os olhos perdidos em divagações distantes.

_ Como assim? Exijo que me dê a informação! – Lawrence responde com o costumeiro ímpeto imperativo. Mas o Mestre lhe devolve um sorriso discreto e brincalhão, acompanhado de um olhar de desdém.

_ “Exige”? Ah, Lawrence... Você faz um trato de menino...

_ Ora, sou eu o teu pupilo! Eu a tua prole! Por que insiste em defender Abel? Irrita-me essa tua simpatia cega por ele! E por que não pode dizer-me sobre a mensagem?! Tolice absurda! Acaso teria algum outro tipo de interesse em Abel?

O tom irritado do jovem ancilla e as possíveis interpretações da última idéia expressa põem Medicci de pé. O Mestre de Lawrence era uma criatura alta e loura, cujo cabelo amarelo era quase branco. Tinha olhos azuis, inflexíveis, e um rosto delicado, com uma fina penugem dourada quase imperceptível do que, um dia, havia sido sua barba mortal. Usava uma capa de um vermelho vivo, com capuz, que estava jogado para trás, e o cabelo era comprido e muito bem penteado. O olhar que dirige ao rebento é frio, mas majestoso.

_ Não banque o principezinho comigo, menino. Eu te criei; eu te destruo se me desafiar.

_ Bah... Pois fique com Abel. Fique com todos eles! Esses vermes que lhe beijam as mãos...

_ Pensei que vocês dois fossem... amigos. Você o conhece há muito tempo, não é mesmo? Chegarão a lutar lado a lado séculos atrás. Estou enganado?

Lawrence permanece calado no canto em que está. A mão trêmula denuncia sua irritação. Os olhos voltados para a grama lá fora mal nota as primeiras gotas de chuva.

_ Por que Abel? Por que justamente ele? O senhor mesmo mandou chamá-lo pessoalmente quando retornou de Viena. Por que todo esse interesse em Abel?

_ Simples. Ele é um magus de muita graduação. É discreto e sábio, e sabe como se controlar. Sua calma é uma virtude que deveria aprender a cultivar, meu menino. Além disso, Abel é fiel ao Clã. Não corro riscos confiando nele. Embora passe boa parte de seu tempo fora da Capela, cuidando sabe-se lá de que interesses, sei que não se voltaria contra a Ordem de Tremere. Essa é uma vantagem que os jovens não me dão: os antigos são sempre mais dispostos a lutar com sabedoria. E Abel, ao que sei, é quase tão antigo quanto você. Estou certo, não?

_ Mestre... O senhor sempre os preferiu, sempre os defendeu. Tua atenção sempre foi prioritária aos Aprendizes. A Capela, a Máscara, o Príncipe. Por que protege a eles, Mestre? Serei sempre o segundo em tuas intenções?

O olhar irritado e magoado do filho traz de volta a conhecida altivez de Augustus Medicci, porém, as artimanhas sentimentais já lhe são conhecidas, e ele não ameniza o tom autoritário das palavras:

_ Porque eles são fracos, Lawrence. Porque eles são fracos, mas você é forte. Forte e rebelde. Nunca precisou realmente da minha proteção, menino dos louros.

_ Mas, Mestre! Sei que és capaz de subjugar Melcchio a qualquer momento, sei que tua força e influência são suficientes para lhe dar controle e poder! Então, por quê? Por que continua a se submeter a tudo isso? Enfrentar as correntes do Clã, as ordens da Camarilla... e essa blasfêmia de Máscara?! Por que temos de viver por trás dos mortais mesmo sendo obviamente mais fortes do que eles? Alguém como o senhor poderia ser rei se o desejasse!

_ Sábias palavras, jovem. E encontre nelas a sua resposta: eu não o desejo.

Apesar do poder que acumulara ao longo dos séculos, Medicci era mais uma criatura de livros que um homem de espada. Parado, frente aos altos vitrais em ogiva, repara na chuva que agracia o jardim e as flores que se abriam à noite, abraçando o céu com nuvens negras e ventos brandos. A calma de seu rosto e o silêncio religioso do ambiente põe o espírito de Lawrence de volta à revolta contida por suas lembranças. Irritado com toda aquela calmaria, levanta-se de onde está em um pulo, tomando a capa e a cartola anteriormente deixadas no cabideiro.

_ Pois o senhor é um tolo, Mestre. Um tolo com mais de mil anos, mas ainda um tolo. A lei que rege a noite é a lei de Caim. A Camarilla é um ninho ratos.

_ A lei do mais forte... E você é o gato caçador, não é isso? Gostando disso ou não, Lawrence, o Clã é o seu lar, e o será para todo o sempre. Não há que ser feito. A sua força é uma gota de chuva contra a ira de toda uma tempestade.

_ Pois está enganado, meu Mestre. Minha mente está além de tudo isso.

_ E o que faria para obter todo esse poder, Lawrence? Manipulações políticas? Táticas sujas de guerrilha? Oh, aliaria-se ao Sabá? – intimamente, Medicci já está acostumado à prepotência e à arrogância de seu aluno, e ri de suas bobagens.

_ É mais provável que o Sabá alie-se a mim, Mestre. – diz Lawrence, de costas, em meio a um sorriso sádico e confiante, já preparando-se para partir. Medicci ri silenciosamente das tolices que seu pupilo diz.

_ Seu orgulho te levará à ruína, meu filho. Mais dia, menos dia, terá de enfrentar a mim próprio. E então, o que fará?

_ Que este dia não chegue, meu senhor.

Lawrence abre a porta da frente permitindo que um vento forte passe, forçado-o a segurar a cartola no lugar. Ele pára diante da chuva, e volta o rosto para Medicci. Ainda uma resposta antes de ir:

_ E quanto a Rowan?

_ Perturbado, como de costume. O tempo dele se esgotará muito em breve. Começo a me perguntar se terá sido prudente trazê-lo a Florença.

_ O Príncipe o aceitou? – Lawrence pergunta com a porta do jardim já entreaberta.

_ Ah, sim. Facilmente.

_ ...


14 março, 2006

Outro recado...

Primeiro: Infelizmente (para vocês e especialmente para o meu orgulho), eu fiz uns posts na ordem errada e acabei pulando uma parte da história. -__-" Mas acabei de corrigir, então, dêem uma lida, sim?

Segundo: Alan, recebi teu meru ontem. Já dei uma olhadinha e acabei de responder. Avise-me do que decidir. ^.^

Terceiro: Quero saber (e apenas saber, non estou precisando do livro) quem está com o meu Idade das Trevas. ¬¬

Corpo e Sangue - parte IV

08 de janeiro - Ano 201 d.v.C.
Das palavras que o menino diz ao abade Mateo.


Por milênios, oscilamos na fronteira entre o sono e o despertar. Felizmente, para os de tua raça, não fazíamos idéia de que estávamos adormecidos; vivíamos em nossos sonhos, governando um mundo sombrio que existia apenas em nossas mentes febris. Mas manter as Crianças envoltas nesses sonhos despendia poder, poder que eles desperdiçaram por séculos invocando nosso despertar. (...) Sacrificando fragmentos da moralidade que ainda tinham, eles encheram nossos sonhos com sons de angústias e misérias, mantendo-nos adormecidos com uma canção de ninar miserável. (...) Nossos nomes lhes deram poder, riqueza e glória.

(...)
Outras Crianças ainda descansam intermitentemente, mas nossos sonhos já foram mais agradáveis.

(...)
Durante séculos, uma tribo tola da tua raça medíocre ofereceu constantes sacrifícios para nós. (...) Vítimas eram estripadas e seu sangue coletado em jarros de pedra, órgãos eram cuidadosamente removidos, estudados pelos presságios e jogados no poço sobre os corpos das vítimas. Quando nenhum presságio era necessário, os cultistas rasgavam membro a membro com suas mãos e dentes, então arremessavam os corpos quebrados no poço. Com a chegada da noite, o sangue coletado seria derramado sobre os corpos ainda quentes, misturando uma corrente de corrupção e carne podre, onde enxames de moscas zuniam e procriavam.

(...)
Foi uma surpresa, então, que Aquele de maior poder e majestade encontrou-nos certa noite! Os sacerdotes elevaram suas vozes contra ele, valendo-se sempre de fortes encantamentos; mas eles foram como trigo diante da tempestade. O poder de Sua voz abateu os sacerdotes e silenciou seu choro; Seu olhar derrubou os de mente débil e fraca. Os fortes de corpo mas não em mente, Ele rasgou membro por membro, e arremessou para longe os pedaços de carne. Os fortes de mente mas não em corpo, Ele ordenou para que rasgassem seu próprio corpo com longas facas, e eles o fizeram. Os belos, Ele obrigou a copular; depois fundiu a pele de seus corpos a seus ossos. Em seguida, extraiu a costela de seus corpos, de forma que cada um era empalado, observando a morte dos outros. (...) Apesar de todas as atrocidades, o que Ele queria era mostrar que aqueles mortais não eram mais do que crianças brincando com demônios.

Ele atirou os corpos de seus brinquedos dentro do poço, e deixou-os boiando no próprio sangue.

Três mortais sobreviveram àquela agitação; somente três, dentre centenas que oravam no poço, clamaram com fúria e loucura insaciável. Seu criador os havia abandonado, e eles estavam loucos de ódio e sedentos por morte....

(...)

Corpo e Sangue - parte III

08 de janeiro – Ano 201 d.v.C.



“Não sei quanto tempo se passou desde que estou aqui; noites e dias tornaram-se iguais. Eu vagava entre pesadelos e perdição quando minha mente foi trazida à tona, de volta à realidade. Desperto sufocado para encontrar meu raptor me aguardando. A criança está sentada sobre o meu peito, roubando-me o oxigênio e encarando-me com olhos negros e profundos. Tenho um momento de terror ao encontrá-lo tão próximo de mim. Seu corpo é gelado. Tão gelado quanto os corpos que o vi carregando em meus sonhos, deixando-os do lado de fora desse lugar, para que fossem enterrados.

Os insetos que estavam sobre mim correm em direção ao menino despido, indo em direção às suas vergonhas, dando boas-vindas por sua presença. Inúmeras formas negras entram e saem rapidamente de seu nariz, de sua boca sorridente e de sua virilha.

_ Tu tens os olhos de um cervo... – ele me diz, indolente, acariciando-me o rosto com os dedos de marfim. É uma criança o que vejo, mas a voz com que fala é tão velha, tão maligna, que não poderia estar vindo de uma criança. De qualquer modo, é a voz de alguém que conheceu degradações inimagináveis. A voz de um demônio. Eu só consigo gemer, terrificado ao pensar em como meu torturador poderia arrancar-me os olhos com aqueles pequenos e gélidos dedos.

_ Olhos de cervo... – a criança meditava, enquanto retirava uma agulha, enfiada em uma meada de seda ao meu lado.

_ O mesmo olhar arregalado de uma besta do campo. Isso te rotula como inconsciente, inocente, ainda sem preparo para compreender. Isso te indica como uma presa.

Ele enfiou a agulha em sua própria mão, transpassando-a de lado a lado. Sem parar, beliscou uma dobra em minha barriga com uma pequena prega e deslizou a agulha por ela, provocando-me lamúrias de dor e medo.

_ Eu posso ver seus pensamentos através d’estes olhos, Mateo. – a besta continuava, prendendo-me completamente com o olhar. Não conseguia tirar os olhos dos dele; não conseguia... Vagarosamente, o menino costurava minha pele, bordando-a com padrões antiqüíssimos. Já não sabia o que pensar. Não conseguia saber sequer se iria morrer. Talvez ele fosse algum tipo de louco, ou um demônio com desejos mórbidos. Impossível, mesmo para o mais espertos e psicóticos dos loucos psicopatas, ler a mente de suas vítimas com tamanha perícia. Além de quê, tudo ali parecia seguir um padrão, uma ordem. Minha dor não era gratuita; ela parecia ter realmente um propósito.

_ Eu posso ver teus medos. Oh, não se preocupe! Eu não vou arrancar teus olhos agora. Eles serão necessários depois.

Cada ferida se fechava segundos depois da passagem da agulha, a linha pingava seu sangue vermelho, misturando-se ao meu. E eu continuei tentando gritar até que nenhum outro som saísse de minha boca. Silenciosamente, meu corpo foi destruído.

_ Aqui, - meu sorridente atacante finalmente disse, parando seu trabalho para colocar-me sentado sobre minha própria virilha inchada. Ele empurra uma bola de trapos na minha boca, não preocupado com os gritos que eu há muito já estava incapaz de dar, mas apenas um detalhe mórbido para aumentar meu sofrimento.

_ Morda isso, se tu puderes, e pense sobre o que deseja. Isso vai lhe ajudar a passar o tempo enquanto eu lhe conto o que tu deverias saber sobre apoteoses...

10 março, 2006

Recado

Ok, pessoal.
Estou marcando o jogo para Domingo, às 18:30 (que é para que todos estejam lá às 19h... ¬¬"), na biblioteca.
No Sábado eu estou na biblioteca a partir das 19h30, para terminar as fichas de quem ficou faltando.
Por enquanto, não vamos jogar no Sábado.

Frejat, vou precisar do Guia da Camarilla no Sábado (passo ele para ti no Domingo novamente); se tu não tiver como levá-lo para mim, deixe com alguém, por favor.

Alan, me avise se esse horário não der certo para ti, ok? Eu posso trocar.
Victor, passo o restante das informações que teu personagem conseguiu pessoalmente. O mesmo para o Pepê. ^^ Uhuhuhu!!! Vamos ver se começamos mais cedo, pois acho que nem todos vão poder ficar até o horário de sempre.

09 março, 2006

Regras, regras e mais regras...

Ok, ok. Muitos de vocês já vieram me procurar com um monte idéias super criativas (e bota criativa nisso... ¬¬ O Grande Merlim se sentiria frustrado se visse o que eu vi! -__-“) e eu acho que algumas coisas não ficaram muito claras. Então, vamos esclarecer uns detalhes, está bem?

Primeiro: Gostaria de lembrá-los que, se para empregar uma meta-disciplina qualquer for necessário um nível elevado de Disciplina que exija gasto de dois Pontos de Sangue, por exemplo, o custo da meta-disciplina não poderá ser inferior a isso. Além disso, o custo das meta-disciplinas é cumulativo. Ou seja, se o teu personagem possui uma meta-disciplina que exige uso de Metamorfose nível 4 (três Pontos de Sangue) e Rapidez nível 2 (um Ponto de Sangue), o custo MÍNIMO dela será de QUATRO Pontos de Sangue. Quem decide quais Disciplinas e quais níveis serão empregados para criar os novos efeitos são vocês; mas quem aprova tudo isso sou EU. Então, quem estiver com idéias para novos poderes deve criá-los e discuti-los comigo. Alguns efeitos terão seu custo aumentado, outros permanecerão e outros eu posso até abaixar o custo ou, simplesmente, aceitar que tua personagem é capaz de fazer aquilo SEM CUSTO ALGUM, considerando o efeito proposto apenas como uma perícia bem treinada da personagem. Mas eu faço questão de ser informada do que vocês pretendem ANTES de usarem isso em jogo, ok?

Segundo: Não podem “acumular” Pontos de Sangue de um turno anterior!! >___< AAHHH!!! Isso é um cúmulo! Eu não sei se existe, mas se houver um nível de Disciplina, tipo Metamorfose 8 (sei lá!), por exemplo, que diga que o personagem tenha de gastar 4 Pontos de Sangue em um turno, esse poder é simplesmente I-NAS-SES-SÍ-VEL para vocês!! Não serve dizer algo do tipo “vou pagar um Ponto de Sangue nesse turno para ‘começar’ o efeito e pago mais três no outro turno para terminar o efeito”; a não ser que a Disciplina te permita isso (como Metamorfose 4, por exemplo).

Terceiro: O limite de Disciplinas de todos os PJ’s é nível OITO, e o gasto de Pontos de Sangue é de TRÊS por turno. E nada além disso. Non aceito que paguem, por exemplo, 3 Pontos de Sangue para usar Rapidez nível 5 três vezes e conseguir 15 ações em um único turno. O personagem só pode usar determinada Disciplina uma vez por turno, como consta no Livro Sagrado do Mestre! Ò__Ó Aceitei o uso de meta-disciplinas porque julgo que um vampiro com Disciplinas nível 8 possui plena experiência (além de uma eternidade de tempo à toa) para desenvolver novas habilidades que lhe sejam próprias e únicas. Meta-disciplinas servem para aflorar alegre e aboioladamente a criatividade de vocês, para que possam criar novos EFEITOS de jogo , além dos usuais primários de cada Disciplina que são descritos em livros (non novas Disciplinas!). Estão completamente vedados os efeitos de combo e de meta-disciplinas que possibilitem aos PJ’s de vocês, anciões de OITAVO nível, acesso a um efeito de Disciplina de DÉCIMO nível. Espertinhos... ¬¬ Em outras palavras, eu estarei castrando cruelmente todos que procurarem subjugar a minha inteligência sem argumentações convincentes. E isso traduz-se em:

• Não, Maira. Você NÃO PODE virar um DRAGÃO. Não quero nem saber se tua Disciplina não possui níveis 7,8,9. Não pode e pronto. Ù_u Eu sou mau.

• Não, Alan. Você NÃO PODE ter Auspícios nível 10 (9 também non!! >__<). Não quero nem saber se teu PJ é um oráculo ou um médium vidente. Não pode e pronto. (Sim, eu sou um tirano! Ò_Ó Processem-me!)

• Não, Victor. Você NÃO PODE ter 2.000 anos. Muito menos 2.000 anos acordados!! Também não me convence dizer que teu personagem tem vício por cafeína... ¬¬

• Não, Julia. Você NÃO PODE evoluir “aquilo”. A non ser que no meio do jogo você me convença. O que não vai ser fácil... Embora não seja impossível.

• Não, Lu. Annabell NÃO PODE ter acesso “àquele” poder destrutivo cósmico semi-fenomenal. Eu sei, o efeito é lindo, mas a resposta é NÃO! Nível 8, e não 10, lembra? E sobre aquele “projeto de ‘little boy’”, eu estive pensando nos pobre e indefesos habitantes de minha clara e mágica Florença e ainda estou PENSANDO sobre isso... ¬¬

• Não, Céu. Seu Tremere NÃO PODE criar chamas AZUIS. *Ancião Tremere: Que coisa mais bizarra!! o_O Esses jovens acabam com a reputação MACHO do Clã!! T___T Oh! «desmaia»

E, caso isso venha a me ser perguntado, já vou responder antes:

• Não, Közi. Você NÃO PODE deixar a cidade inteira doida de uma só vez... ¬¬ (embora teu Mentor seja capaz disso e um pouco mais... -__-“ E nada te impede de pedir isso a ele em troca de... hm... um pirulito de cereja e chocolate! o_O)

É claro que eu não neguei toda a criatividade de vocês; posso ser um tirano cruel e insensível, mas não sou um ditador completo. Ù.u Para provar o que digo, listarei aqui um de meus “sim”:

• Sim, Frejat. Abel PODE ter um chapéu peculiar de abas enormes que te dá aquele ar soturno e intimidador. Fica muito bem no teu personagem. U_U

Ou:

• Sim, Pescaldo. Teu mago PODE ter todos esses efeitos mágicos fodônicos porque você CONSEGUIU ME CONVENCER de que é capaz de ter todos eles no nível em que está.

Quarto e último: Todos vocês têm até o final de semana dos dias 18-19 de março para me entregarem as fichas PRONTAS e DEFINITIVAS. Isso inclui todas as especializações de habilidades e atributos (nível 4 = 1 especialização; nível 5 = 2 especializações; nível 7 = três especializações); todas as Disciplinas adquiridas* e todos os combos e meta-disciplinas criados. Depois desse prazo as fichas serão consideradas fechadas e ficarão comigo. Qualquer mudança depois disso só poderá ser feita através de interpretação ou gasto de Pontos de Experiência. Se deixarem especializações faltando ou não escolherem as Disciplinas, perdem direito a isso.

Sim, eu sou MUITO mau. Ò__Ó

* Aqueles dentre vocês que possuírem Disciplinas acima do nível 6 e, caso essas Disciplinas disponham de mais de um efeito (como Auspícios, que no nível 6 possui 6 efeitos distintos), devem saber que não podem adquirir todos! Se o teu personagem possui uma Disciplina nível 6, terá direito a apenas UM efeito de nível 6. Se tem nível 7, DOIS efeitos de nível 6 e UM de nível 7; e se tiver nível 8, TRÊS efeitos de nível 6, DOIS de nível 7 e UM de nível 8. Exceções a essa regra devem ser argumentadas comigo. ¬¬


07 março, 2006

Corpo e Sangue - parte II

07 de janeiro - Ano 201 d.v.C.


"Nos dias que se seguiram, permaneci em um estado agita de meia-vivacidade, de semi-consciência. Às vezes, eu pensava sobre meus deveres e cerimônias, sobre por quê nenhum dos outros monge vinha me ver. Minhas noites foram preenchidas com a face maliciosa de meu torturador. Então, vieram os pesadelos. Mesas surreais, objetos de torturas, em que aquele menino pulava sobre mim, empurrando, espetando, rasgando e cortando. Certas cenas levavam-me ao limite da sanidade mortal; eu vejo monstros disformes e demônios de chifres... eles se agacham em meu rosto, forçando o sangue salgado de larvas e outras criaturas disformes para dentro de minha boca, obrigando-me a fechá-la em seguida, engolindo tudo aquilo.

Os dias – se é que as noites se diferenciam dos dias nessas trevas perpétuas em que me encontro – são piores. Em um momento, quando o sono abandonou-me, eu, despido, usado e machucado, estive primorosamente ciente de cada sensação que meus nervos torturados me traziam. Minha língua, que está cortada, ressecada e inchada por incontáveis ferroadas, é a única coisa que consigo mover. Há abelhas pousando em meus olhos e não há nada que eu possa fazer para afastá-las além de piscá-los. Elas são minha companhia constante neste tormento, um zumbido excitado contra as fracas batidas do meu coração. Criaturas estranhas e vermes esbranquiçados rastejam e escorregam por meu corpo flagelado, e uma “coisa’ indescritível se move dentro de meu abdômen com uma frígida deliberação.

E agora eu ouço que alguém entra pela porta da frente. É ele, eu sei. Só ele vem até aqui. Eu tento me mover, tento reagir e sair daqui de qualquer forma, a qualquer custo. Mas nada em meu corpo me responde; meus quadris estão quebrados, minhas pernas ensangüentadas. Há moscas e insetos por toda a parte. Eu vejo quando a porta do quarto se abre e sua silhueta aparece, os olhos brilhando com um vermelho feral. Quero gritar. Sei que ele virá para me torturar mais, como o tem feito todas as noites; sei que verei seus demônios novamente e o seu sorriso calmo e infantil enquanto provo a mais louca quimera da agonia. Sei que irá macular meu corpo de todas as formas e me manterá vivo, pois sabe exatamente o que faz.

Sei de tudo isso. Mas, apesar de não haver nada a me prender, não sou capaz de me livrar daquilo. Isso é muito pior do que a idéia que eu tinha de Inferno.
E ele dá o primeiro passo em minha direção..."

Das visões de Abade Mateu

Corpo e Sangue - parte I

05 de janeiro – Ano 201 d.v.C.
Em uma pequena igreja próxima aos bairros portuários.


"Nunca havia visto aquele garoto ali antes. Não sabia seu nome ou a que família pertencia; mas isso de nada importava. Terminada a cerimônia, depois de atender algumas beatas de pecados frívolos, deparara-me com ele esperando junto ao confessionário, como me esperavam todos que desejavam a confissão. Ele estava sentado, tornozelos cruzados e as mãos sobre o colo. Na aparência tinha uns treze anos, praticamente uma criança; mas isso também de pouco importava. Redenção, depois de tudo, não fora mais do que uma desculpa.

Santo Deus, perdoa os meus impulsos, que minha mente não fora forte o suficiente para controlá-los.
Bastou-me a visão daquele menino, depois de toda uma vida de devoção absoluta, para lançar-me veementemente ao Inferno! Bastou-me a visão daquele menino. No instante em que pus os olhos nele – pálido, suave e macio, curvas bem feitas, longos cabelos caídos sobre os ombros puros e perfeitos - , eu o desejei. Era como uma magia muito forte, coisa de bruxos, perdi completamente a noção do que fazia. Eu queria aquele garoto, e iria tê-lo. Simples assim.

Dispensei os coroinhas com uma desculpa exclusa de cansaço e indisposição; depois levei a criança para uma pequena sala que ficava aos fundos do confessionário (as portas da igreja nunca deveria ficar completamente trancadas; alguém poderia aparecer). No momento em que consegui levá-lo até a tal sala, quando a chave girou trancando-nos sozinhos ali, pensei que algum tipo de loucura me dominara e que eu deveria, a todo custo voltar à consciência que bons homens devem manter diante de Deus. Meu corpo, contudo, não obedecia; esse pensamento de misericórdia esvaneceu-se assim que rasguei as parcas roupas que o garoto trajava, prendendo-o com o peso de meu corpo. A visão da sua adolescência nua despertou um lado que eu passei a vida toda aprisionando. Ele contorcia-se em silêncio debaixo de meu corpo grande e pesado, enquanto eu experimentava uma espécie de transe. Podia ouvir minha própria respiração, insistente, enquanto que a do garoto pausava, sempre no mesmo ritmo rude, mantendo os meus movimentos eufóricos. Ele parecia estar gostando daquilo; sua expressão não mudara, mas ele trabalhava com os quadris e me conduzia a novos espasmos. E, mais uma vez, nós nos uníamos, na agonia de um perverso deleite.

Quando meu ímpeto colocou-se à frente pela terceira vez, o garoto caiu pesadamente sobre a mesa em que eu o atirara. Voltou o rosto para mim e eu tive a certeza de que o Inferno buscaria-me por aquela blasfêmia. A face do menino distorcia-se em uma irreconhecível máscara felina e, embora tentasse parar meus movimentos, só o que conseguia era ouvir meus próprios gritos de desespero diante daquele demônio.

Foi quando algo moveu-se em minha direção, vindo bem do fundo das entranhas dele. Desperto pela excitação do menino, “aquilo”, seja o que fosse, seguia para dentro de mim, rastejando por dentro de meu sexo e o dilatando dos lados. Cada impulso – feito contra minha vontade, pois já não conseguia parar – vinha acompanhado de uma sensação endurecida, intensamente dolorosa, ainda que estranhamente prazerosa. Procurei as palavras para uma prece de misericórdia, mas tudo o que encontrei em minha mente e espírito foi uma escuridão tão velada e profunda quanto os olhos daquela criatura. Não sabia o que era, mas aquilo que movia-se para dentro de meu corpo parecia vivo. Eu era capaz de sentir “a coisa” forçando seu caminho até mim. Eu gritava e me contorcia, porém não era capaz de arremessar o garoto para longe. As coxas do menino-monstro prendiam-me pela cintura em um sensual abraço de morte. Tão apertado... Ele demonstrava uma força descomunal até para o mais forte dentre os homens. Aquilo era um demônio. Sim, tenho certeza de que era um demônio. E a igreja estava vazia. O culto terminara e eu mesmo dispensara os coroinhas.

A tortura e o prazer eram impronunciáveis. Finalmente, pude ouvir o estalo molhado dos ossos de meu quadril se quebrando, fornecendo para minha mente um stress de loucura e dor nunca antes suportados. Eu cai, esparramado, no piedoso abismo da inconsciência."



Das visões de Abade Mateu.

01 março, 2006

In off

O blog ainda está em construção. ¬¬

Koti, preciso das minhas coisas de RPG que ficavam na casa do Sun; non sei com quem ele deixou, mas... tem como tu pegar isso para mim? o_O Em especial os dados e aquele meu caderno de capa preta, que tem as descrições de crônicas. Valeu. -___-

Aos neófitos:
¬___¬ ... Uhuhuhuhuhuhu!!! *risada maléfica*
Fiquem atentos. Quero postar algo ainda hoje!